SISAPE - Sistema de Acompanhamento de Projetos de Pesquisa e Extensão

Detalhes do Projeto

Título
Estresse ocupacional: mapeamento da produção científica nacional na ultima década
Tipo de Projeto
Pesquisa
Coordenador(a)
Rayana Santedicola Andrade
Data Inicial
05/03/2012
Data Final
15/12/2012
Resumo
Na presente pesquisa, buscar-se-á realizar uma ampla e sistemática revisão da produção científica sobre estresse ocupacional, buscando-se caracterizar a produção nacional na área, nos últimos dez anos (2002-2012).Considera-se estresse a condição em que há um desequilíbrio real ou percebido entre as demandas do ambiente e os recursos adaptativos do indivíduo (Monart e Lazarus, 1985, apud Pinheiro e Gunter, 2002). O sujeito estaria sofrendo de estresse sempre que seus recursos adaptativos se mostram insuficientes para enfrentar as demandas ambientais, que podem advir das mais diversas fontes. Inicialmente, o estresse foi então considerado como um mecanismo de adaptação que permite ao sujeito lidar com as situações inesperadas ou adversas. A partir da identificação da situação estressora, o próprio organismo sofre alterações metabólicas e endócrinas que favorecem o enfrentamento ou a fuga da situação específica. O termo “estresse ocupacional” é conceituado por Kyriacow e Sutcliffe (1981) como um estado emocional desagradável, por tensão, frustração, ansiedade, exaustão emocional em função de aspectos do trabalho definidos pelo indivíduo como ameaçadores. O estresse ocupacional agrava-se quando há, por parte do indivíduo, a percepção das responsabilidades e poucas possibilidades de autonomia e controle. As dificuldades em adaptar-se a essas situações levariam, portanto ao estresse. Dessa forma, a adaptação de um indivíduo a uma nova situação requer um investimento de recursos que vai depender do seu tipo de comportamento e também de suas crenças e expectativas frente ao mundo. Codo, Soratto e Menezes (2004) destacam a importância do conceito como possível indicador das conseqüências do trabalho sobre os trabalhadores, que podem estar sofrendo em decorrência das condições e características de sua atividade, sem necessariamente, apontar nenhum quadro patológico definido (pág. 282 ). Assim, o estresse surge como um estado intermediário entre a saúde e a doença, e que considera variáveis psicossociais relacionadas ao mundo do trabalho como prováveis fatores etiológicos para uma ampla gama de enfermidades e disfunções. Uma tendência recente observada nos estudos nacionais nos ultimos anos é a análise do estresse ocupacional a partir da compreensão dos fatores relacionados à inserção do trabalhador em ocupações, ou profissões específicas. Neste sentido, observa-se que os estudos propõem-se a analisar o estresse como associado a uma prática profissional ou ocupacional que serviria como ‘contingência’, aglutinando condições de trabalho e organizativas especificamente relacionadas àquela prática em particular. É assim no caso da diferenciação observada, por exemplo, entre as profissões ligadas ao cuidar, nas áreas da saúde e educação, que parecem têr em comum algumas caracteristicas próprias que predispõem seus trabalhadores à Sindrome de Burnout, conforme observado por Codo, Soratto e Menezes (2004). Apesar de contribuir significativamente para a compreensão dos fatores ocupacionais associados ao estresse e Burnout, observa-se, com esta tendência, mais uma dispersão no campo, que agora caracteriza-se por áreas de pesquisa altamente diferenciadas em profissões como médicos, enfermeiros, professores, juizes, árbitros do esporte, psicólogos, policiais, executivos, etc. Na presente pesquisa, tem-se como objetivo geral: realizar uma ampla revisão da literatura sobre estresse ocupacional, buscando-se caracterizar a produção científica nacional na área, nos últimos dez anos (2002-2012). De forma específica, serão eleitas como focos de análise duas vertentes principais: uma, relacionada aos estudos que elegem estresse ocupacional como indicador de saúde em estruturas ocupacionais específicas e outro, focalizando aspectos teórico-metodológicos que vêm marcando a produção científica nacional neste campo, no período indicado, em periódicos da área de Saúde Pública e da Psicologia. Uma discussão dos métodos utilizados e dos resultados encontrados será ainda realizada. Possíveis lacunas e uma sugestão de agenda de pesquisas em estresse ocupacional também serão apresentadas após as análises. No âmbito destas duas perspectivas, os seguintes objetivos específicos serão almejados nesta pesquisa: Sistematizar os conceitos utilizados em estudos sobre o estresse ocupacional no Brasil, nos últimos dez anos, considerando-se que nestas produções são apresentadas conceituações variadas dos constructos “estresse” e “estresse ocupacional”; Descrever os delineamentos de pesquisa utilizados nas pesquisas sobre estresse ocupacional no Brasil, na ultima década, enfocando tanto os instrumentos quanto as bases teóricas predominantes nestes estudos; Listar e analisar as escalas em uso nas pesquisas quantitativas de estresse ocupacional no Brasil, na última década; Analisar as formas pelas quais os aspectos psicossociais são mais freqüentemente estudados em relação ao estresse ocupacional, nestes estudos, apresentando temas como coping, síndrome de burnout, condições de trabalho e outros; Identificar estudos que priorizem a análise do estresse em relação com profissões específicas, como: enfermeiro, professor, bancário e policial;Apontar e analisar, nestes estudos, possíveis fatores da organização do trabalho destes profissionais que figuram como fatores relevantes para o desenvolvimento do estresse e/ou Sindrome de Burnout;Verificar a predominância das áreas nas quais estes estudos são realizados (Ciências humanas ou Ciências naturais), e caracterizar estas diferenças; Apresentar como os aspectos contextuais relativos às mudanças do mundo do trabalho são discutidos nestes estudos, especificamente a flexibilização das relações de trabalho. Este estudo delineia-se como um Levantamento Bibliográfico e utilizará como critérios de inclusão, em relação ao idioma, artigos científicos em língua portuguesa, por recorte temporal de janeiro de 2002 a janeiro de 2012; o foco serão pesquisas de campo, disponíveis na íntegra e que se aproximem ao máximo da temática estudada. Serão considerados apenas os artigos que tratem especificamente do tema “estresse” ou “estresse ocupacional” e, em alguns casos, da Síndrome de Burnout. Os resultados serão analisados, considerando as categorias ocupacionais específicas e as questões teórico-metodológicas, por número de artigos produzidos no período analisado (anual), e ainda em relação aos achados (análise qualitativa), com base no referencial teórico do estresse ocupacional. Os conteúdos serão analisados primeiro de maneira individual, e após a compilação dos dados em tabela, será realizada a análise comparativa. Os artigos selecionados serão analisados de forma qualitativa através do procedimento de análise de conteúdo (Bardin, 1988). Possíveis lacunas e uma sugestão de agenda de pesquisas em estresse ocupacional também serão apresentadas após as análises.
Equipe Executora
NomeVínculoFunção no ProjetoCH Semanal
Rayana Santedicola Andrade(não definido)Coordenadora(não definido)
Rayana Prado das Virgens(não definido)Estudante voluntária(não definido)
Thamara de Souza Alves(não definido)Estudante voluntária(não definido)
Jéssica Lopes(não definido)Estudante voluntária(não definido)
Luciana Baleeiro Santos (não definido)Estudante voluntária(não definido)
Janaina da Gloria(não definido)Estudante voluntária(não definido)
Luiz Renato S. Ramos(não definido)Estudante voluntário(não definido)
Raphael Silva Santos Andrade(não definido)Estudante voluntário(não definido)
Janderson C. de Oliveira(não definido)Estudante voluntário(não definido)
Robson Alcântara Leal(não definido)Estudante voluntário(não definido)