Detalhes do Projeto

Estudo de interações entre alergia respiratória e esquistossomose mansônica em modelo murino

Pesquisa

Tiana Baqueiro Figueiredo

A esquistossomose mansônica é uma grave doença infecciosa diretamente relacionada a precárias condições sócio-ambientais e que atinge vários estados brasileiros, principalmente os do Nordeste. Trata-se de uma parasitose causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, que tem o homem como hospedeiro definitivo. As alergias respiratórias são doenças que resultam em reações imunológicas mediadas por imunoglobulinas da classe E (IgE). Normalmente as crises alérgicas são desencadeadas pelo contato de pessoas susceptíveis com aeroalérgenos, tais como antígenos derivados do ácaro de poeira Blomia tropicalis. Infecções helmínticas também estimulam uma potente resposta de IgE, refletindo na expressão de citocinas do tipo Th2. Paradoxalmente, em países onde infecções helmínticas têm alta prevalência e o balanço do sistema imune é desviado em direção a uma resposta tipo Th2, doenças alérgicas são menos prevalentes. Devido à similaridade entre a resposta imune contra helmintos e as doenças alérgicas mediadas por IgE, há uma intensa discussão sobre a relação entre parasitos e alergia. Estudos demonstram que a infecção crônica com Schistosoma sp. produz aumento de IL-10 e de células regulatórias, bem como reduz a positividade em teste cutâneo para antígenos de ácaros. Cabe ressaltar que estudos em modelos experimentais sobre a interação entre a infecção por S. mansoni e as doenças alérgicas contribuem para um melhor entendimento dos mecanismos imunológicos desencadeados no organismo humano. A utilização de alérgenos de ácaro de poeira em modelos experimentais de alergia é uma possível forma de aproximar estes modelos das condições encontradas na alergia respiratória humana. Espera-se com a este projeto a obtenção de moléculas de S. mansoni passíveis de serem testadas na terapia e prevenção de doenças alérgicas.